quinta-feira, 25 de março de 2010

Léo Barata e sua boca grande


A Revista Binóculo não é um blog de política, mas vou abrir um parêntesis para comentar uma determinada situação que tem incomodado em Caxias.
Quem não ficou sabendo da ousadia do vereador Léo Barata em denunciar algumas atitudes da Secretária Sílvia Carvalho? As palavras que o jovem político proferiu são comentários que se ouve com frequência pela cidade e não era novidade para ninguém. O que ninguém esperava era vê-los na boca de um vereador.
Pois bem, nesta terra de puxas-saco de plantão, alguém teve coragem, ao menos uma vez, de falar a verdade. O que Léo fez foi dizer o que muitos professores tinham vontade e não podiam. Uns dizem que fez isso devido a um interesse pessoal, mas a verdade é que fez e está feito.
O que se percebeu em seguida, no entanto, foi o cerco se fechando para Barata. Se, inicialmente, contava com o apoio de alguns colegas da nobre Câmara - que talvez tenham tido as orelhas puxadas -  em seguida Léo Barata se viu sozinho em sua indignação, com direito até mesmo a uma manifestação explícita de Thaís Coutinho em favor da secretária, na tentativa de deslegitimar o que o vereador dizia.
Quem não sabe também da indignação manifesta dos professores da rede pública municipal? O sindicato tem mostrado seu posicionamento através de paralisações e protestos. Na quarta, dia 24, eles resolveram ocupar a Câmara dos Vereadores.
Quem passou por lá viu que os professores ocuparam a casa o dia inteiro, e à noite, quando deveria acontecer a sessão da Câmara, só quem compareceu ao local foram Ricardo Marques e Leonardo Barata.
Quem sabe qual preço Léo pode estar pagando por ter tido a boca grande de ir contra as vontades superiores? Talvez não esteja mais sendo recebido pelo prefeito, ou esteja tendo seus pedidos negados. Será que o orçamento do Fogaréu, evento o qual o vereador encabeça, sofreu algum prejuízo?
Não sei se isso realmente aconteceu, mas se os gastos do Fogaréu tiverem sido prejudicados devido à indisciplina do vereador, que preferiu não continuar de boca fechada, isso além de vergonhoso é injusto, posto que a procissão é um evento tradicional da cidade, em que várias pessoas além de Barata estão envolvidas.
Não estou tentando puxar a sardinha para o prato de ninguém, no entanto, é inevitável não notar a ausência dos demais vereadores na Câmara durante a manifestação dos professores, sem contar no escancarado gelo que Léo Barata tem tomado devido ao fato de ter a “boca muito grande”.

Thania Klycia.  

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